A pandemia de COVID-19 modificou a maneira como muitas instituições estão operando e, com a Apabex, isso não é diferente. Pensando nessas mudanças e nos programas desenvolvidos, em especial o emprego apoiado, entrevistamos Fernanda Baptista Prezia, Consultora de Emprego Apoiado da Apabex, para entender como está sendo o enfrentamento da situação.
1 – Quais foram as primeiras medidas implementadas para conciliar a mudança de funcionamento com os programas vigentes?
A primeira medida foi a informação. Informamos aos nossos usuários quais seriam essas mudanças e como manteríamos essas informações. Também tivemos de fazer mudanças nas rotinas do nosso trabalho e nos preparar para trabalhar em casa – não basta só pegar o computador e trazer para casa; foi necessário acionar um suporte técnico, para que tudo o que tínhamos em rede dentro da Apabex pudesse vir para nossas casas e permitisse a continuidade no nosso trabalho.
2 – O Emprego Apoiado (EA) é um programa de grande relevância na Apabex. Como está acontecendo o suporte aos atendidos? A procura deles pelo apoio da entidade tem sido grande? Se sim, quais as dúvidas mais frequentes?
O programa de Emprego Apoiado é um programa que basicamente acontece fora da instituição. Estamos sempre na rua, na casa das pessoas nas empresas e, de repente, fomos impedidos de estar presencialmente com as pessoas de ir em suas casas e de ir nas empresas.
Em primeiro lugar, nos preocupamos com a informação. No programa, temos usuários que estão em fase de levantamento do perfil vocacional; nessa etapa, estamos sempre na rua e em vários lugares com eles para poder fechar o perfil vocacional. Outros estão em fase de desenvolvimento de emprego; para estes, foi informado que teríamos uma pausa temporária dos atendimentos, mas nos manteríamos em contato por telefone, whatsapp e e-mail para passar a todos informações sobre essa pandemia.
Temos também usuários que já estão trabalhando e nós fazemos o acompanhamento; nesse caso, fizemos um trabalho muito individualizado. Fiz contato em cada empresa para saber qual a providência que estariam dando para seus colaboradores com deficiência e para os colaboradores com deficiência e outra comorbidade, o que o deixa em situação de risco para o COVID-19. Fui vendo caso a caso e ajudando as empresas com as informações que eu recebia do Ministério do Trabalho, do CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e de outros órgãos que estão fomentando as informações. Essas informações são encaminhadas para todas as famílias do programa.
3 – As ferramentas de treinamento e capacitação estão sendo adaptadas para plataformas online? Se sim, como está sendo a adesão?
O programa de EA da Apabex está dando um curso de capacitação para a formação de consultores em Emprego Apoiado. Essa capacitação acontecia todas às quartas-feiras e no último sábado de cada mês, com aulas presenciais e estágios supervisionados. Tivemos que mudar nossas aulas para aulas para a modalidade online e, rapidamente, aprender e desenvolver novas ferramentas. As aulas foram rapidamente adaptadas e, embora nada se compare a estar presente fisicamente, as aulas estão ótimas nesse novo formato.
Já estávamos também começando os estágios onde cada aluno atende uma pessoa com a metodologia do Emprego Apoiado. Pedimos aos alunos que informassem a interrupção dos estágios às pessoas que eles estavam atendendo e seus familiares. No entanto, a previsão é que finalizando o isolamento social, retomaremos todos os nossos atendimentos às pessoas com deficiência do Programa de EA.
4 – Muitas empresas estão com redução do quadro de funcionários, férias coletivas ou afastamentos. É essa a situação das empresas parceiras? Como está sendo lidar com isso?
Cada empresa tem tomado alguma medida em relação aos seus funcionários – férias, afastamento e nos casos em que a pessoa com deficiência está trabalhando, todas as medidas de segurança estão sendo tomadas. Esse é o caso, por exemplo, do Jefferson, que saiu na matéria de Emprego Apoiado do jornal da Apabexs. Ele tem uma deficiência, mas nenhuma outra comorbidade que o impeça neste momento de trabalhar; ele está trabalhando na farmácia de um hospital, com todas as medidas de segurança. Tenho conversado com a pessoa do RH e com ele próprio e está tudo bem.
