Como manter a higiene da boca em dia para a prevenção de doenças? Saiba mais!
A higiene bucal é primordial para a saúde de qualquer ser humano. Mesmo que diretamente ligada aos dentes e à boca, a falta dela pode acarretar problemas em outros órgãos. No coração, por exemplo, pode ocorrer a endocardite, doença inflamatória que se desenvolve na parte mais interna do coração, conhecido como endocárdio, através da migração e instalação de bactérias orais.
É evidente que hoje, grande parte da população ainda sofre com a dificuldade de acesso a um especialista. Segundo o IBGE, 11% dos brasileiros nunca visitaram o dentista. Quando se fala da parcela deficiente intelectual, outros agravantes podem ocorrer, seja pela dificuldade de fazer a higienização bucal diária, locomoção do paciente para um consultório odontológico, ou outros fatores que podem acabar desanimando a família ou os cuidadores a manterem a prática em dia.
Uma coisa é certa: a saúde bucal não deve ser deixada de lado! Assim como a saúde geral do paciente, se não priorizada, os quadros podem ser agravados.
A notícia boa é que hoje, dentro da odontologia, existe uma área para cuidar de pacientes deficientes intelectuais. A especialidade em Pacientes Portadores de Necessidades Especiais conta com profissionais qualificados e aparelhos móveis, que evitam a locomoção desse paciente aos consultórios. Segundo a Dra. Miriam Gutman Schmidt, especialista em Pacientes Especiais Atendimento Domiciliar e Hospitalar, é possível fazer o atendimento completo do paciente em qualquer local: residência, clínica ou até mesmo hospitais. Além disso, profissionais especializados, como a Dra. Miriam, conhecem as interações da deficiência do paciente com aspectos bucais.
Você sabia que a APABEX possibilita esse atendimento?
A Dr. Miriam nos contou o trabalho que já faz com os atendidos do programa de Residência da APABEX de Vinhedo, que recebem tratamento odontológico curativo e preventivo domiciliar, e quando necessário, a nível hospitalar.
“A saúde geral e a saúde bucal são interligadas. Qualquer infecção na boca, quando não devidamente tratada, pode se espalhar pelo corpo através da corrente sanguínea, levando a morte. O quadro pode ser pior se o paciente tiver alguma doença associada. Essa é a importância do tratamento e prevenção da saúde bucal” – nos explica a especialista.
A dificuldade na higienização bucal
É frequente pacientes portadores de necessidades especiais apresentarem resistência e dificuldades para manipular e colaborar na higiene bucal diária, levando à halitose e maior acúmulo de placa bacteriana, e consequentemente, maior incidência de cáries e doença periodontal. Segundo a Dra. Miriam, alguns cuidados devem ser tomados e a visita ao especialista é fundamental:
“A remoção de tártaro e profilaxia devem ser mais frequentes nesses casos! Existem artefatos que auxiliam a higiene bucal de pacientes com dificuldades e são de grande utilidade para o paciente e cuidadores: passadores de fio dental, abridores de boca, limpadores de língua, diferentes tipos de escovas dentais e com adaptadores, escovas elétricas e produtos de higiene específicos para diferentes patologias da boca. O dentista especialista deve indicar e orientar os mais apropriados para cada paciente.”
Fique atento!
Sintomas:
Muitas vezes, pacientes com deficiência apresentam dificuldades de relatar a dor provocada pela presença de problemas bucais. Os sintomas mais comuns podem ser: perda de apetite, alteração na fala e deglutição, convulsões, febres e piora do estado geral.
Cuidados Especiais:
Antes do início da higiene bucal, as mãos devem estar limpas até a metade do pulso. Não esqueça de fazer a higienização da língua e mucosas, além dos dentes e gengiva.
Próteses fixas e removíveis, bem como aparelhos ortodônticos, devem receber igual atenção na limpeza. É necessária a troca periódica do material de higiene bucal. Em casos de internação, descartar o material de higiene bucal utilizado e jamais trazer para casa. Manter uma dieta que evite cáries também é uma aliada fundamental!
Riscos:
Segundo a Dr. Miriam, pacientes deficientes intelectuais possuem riscos maiores em algumas situações:
“Pacientes com necessidades especiais tem grande risco de broncoaspirar e causar graves infecções respiratórias. Dentes com mobilidade, pedaços de dentes ou restaurações e próteses mal adaptadas podem se soltar da boca e fazer o trajeto, atingindo os pulmões. Controles periódicos na boca e higiene bucal correta devem ser realizados a fim de se evitar possíveis riscos.”
Covid-19:
Para pacientes que precisam de intubação ou ventilação mecânica, inclusive por agravamento em casos de COVID-19, as bactérias presentes em situações de focos de infecção bucal podem ser transportadas para o pulmão, o que leva ao aumento do tempo de internação e agravamento do quadro clínico geral. Por isso, manter a saúde bucal em dia colabora para vários outros aspectos.
Integração de tratamentos:
O paciente com necessidades especiais deve ter o tratamento odontológico integrado com as demais áreas da saúde: fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e medicina.
Não apenas em Vinhedo, mas todos os conveniados podem ter contato com este atendimento na Apabex. A abordagem odontológica deve ser individualizada a partir do diagnóstico e limitações para cada caso, adequando e planejando o tratamento para cada paciente. O tratamento odontológico deve fazer parte do acompanhamento periódico multiprofissional do paciente deficiente intelectual, possibilitando qualidade de vida e prevenção de graves problemas associados.