No programa de Moradia Assistida de Vinhedo, os residentes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar. Entre os profissionais estão a psicóloga e a terapeuta ocupacional, que atuam em conjunto para prover os melhores cuidados possíveis. As profissionais percebem nos atendidos, um processo de envelhecimento precoce ao mesmo tempo em que há um aumento da longevidade da pessoa com deficiência intelectual.
O Programa de Moradia visa atender a realidade das famílias quando o cuidador de uma pessoa com deficiência também precisa de cuidados. Por isso, esse programa vem para garantir que a atenção seja dada da melhor forma possível.
Esse trabalho é feito de forma muito próxima com o olhar dos mais de trinta monitores que trabalham nas quatro casas. Eles mantêm um diálogo com a psicóloga e a terapeuta ocupacional e reportam todas as questões do dia-a-dia.
O universo da Psicologia
Paloma Rodrigues Mazzotta é a psicóloga que atua em Vinhedo. Ela é especialista em Saúde Mental, pós-graduada em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos e está com uma especialização em curso em Neuropsicologia. Trabalha na Apabex há 4 anos.
Seu papel é atender a pessoa com deficiência intelectual de forma biopsicossocial), realizando desde a avaliação da pessoa com deficiência e sua família no processo de entrada na moradia, apontando as suas necessidades para a inserção na moradia, conhecendo o histórico de vida que servirá como facilitador nas adaptações de ambiente e trato adequado de cada pessoa.
A psicóloga ainda discute orientações diárias de manejo de comportamento aos monitores que estarão responsáveis pelos cuidados, dá suporte psicológico à família com o objetivo de manter o vínculo familiar e suporte à equipe técnica nos casos de difícil adesão ou adaptação.
O trabalho ultrapassa as tarefas operacionais de suprir as necessidades básicas de alimentação e conforto, tentando propiciar um ambiente de apoio afetivo e acolhedor. Seu trabalho é propor intervenções que estimulem a valorização de cada residente dentro de suas possibilidades, criando um ambiente de apoio afetivo e acolhedor.
Dentro dessas intervenções estão as orientações diárias de como lidar com comportamentos disfuncionais, dificuldades de relacionamento entre os moradores e discussões para dar apoio a equipe multidisciplinar, garantindo que a pessoa com deficiência tenha suas vontades e particularidades respeitadas.
O trabalho da Terapia Ocupacional
Daniela Amaral Benatti é a terapeuta ocupacional do programa de Moradia Assistida formada há 22 anos pela PUC-Campinas, com especialização em Psiquiatria e formação em Arte-terapia. Trabalha na Apabex há 11 anos. Ela avalia, previne, trata e reabilita dificuldades físicas ou intelectuais, favorecendo o desenvolvimento da pessoa para desempenhar as atividades da vida cotidiana de forma funcional, visando a melhoria na qualidade de vida.
O deficiente intelectual adulto ou idoso, com o passar do tempo, vai apresentando suas funcionalidades cada dia mais prejudicadas com prejuízos cognitivos, autonomia diminuída, além de outras questões de saúde.
Em Vinhedo, ela identifica as necessidades individuais de cada residente, propõe e orienta melhorias através de adaptações, favorecendo as condições de acessibilidades, locomoção e funcionalidade dos residentes. Ou seja, ela verifica a adaptação de utensílios para que eles consigam alimentar-se sozinhos, identifica e indica melhorias de cadeira de rodas, de mobiliários, tapetes antiderrapantes, barras de apoio, cadeiras de banho com cintos de proteção, entre outros.
A terapeuta ocupacional participa junto com a equipe técnica (Serviço Social e Psicologia) desde a triagem do residente até a execução do plano terapêutico. É identificado com a família aspectos relacionados as atividades de vida diária e instrumental (tarefas relacionadas para executar em seu ambiente, como arrumar a casa, fazer compras, cozinhar, outros).
A T.O participa da organização da rotina e nas demandas relacionadas ao cotidiano da residência propondo sempre a melhora na participação dos residentes na rotina das casas, nos passeios, nas atividades de lazer. Essa organização ajuda na autoestima que faz com que esse residente perceba o quanto ele é importante e “pertencente” à sua casa e na sua própria orientação como, horários, funções, divisão de tarefas.